top of page
  • Foto do escritorDr Aidê Fernandes

Educar filhos é como estrear um espetáculo



Educar os filhos não é bicho de sete cabeças, na verdade, deveria ser visto como uma atividade artística a se desempenhar. Ou porque exige muita criatividade, bom senso e jogo de cintura, ou porque não existe uma maneira única e correta de ser feita. Portanto, o resultado final é que definirá sua qualidade. O seu desenvolvimento é sempre, de certa forma, intrigante, fascinante, desgastante e cheio de surpresas. Assim sendo, essa história de educar os filhos, para mim, é uma arte.

Portanto, por considerar o papel de educador uma atividade artística, sou da opinião de que, a princípio, as pessoas deviam buscar a originalidade neste exercício, ou seja evitar "copiar" alguém. Aquelas velhas e famosas frases: “Papai me ensinou assim, e é assim que deve ser” ou “Você é muito novo e não sabe como avaliar isso”, na grande maioria das vezes, esconde uma pessoa cheia de receios das mudanças ou ideias preconcebidas das coisas, ou seja, um autointitulado “experiente” e/ou “um velho chato sistemático”. Saliente-se que plagiar a arte esconde o medo de quem não consegue criar. Fazer um papel exatamente como se viu alguém fazer para mim é plagio, portanto nunca será como o original... E mais, correndo-se o risco de conseguir ser pior.

Sendo assim, então o que seria um ato educativo adequado e facilitador de crescimento? A resposta, com certeza, esbarra naquelas atitudes em que se dá a oportunidade ao educando/filho de descobrir seus próprios limites, seus próprios potenciais e seus próprios voos, aja dessa maneira e haverá grande chance de se estar na direção certa.Costumo, também, pensar que quando um filho vai além dos pais é porque seguiu um caminho adequado. Portando, a atitude de proteção excessiva, muitas vezes pode ser inadequada no sentido de educar para a vida. Viver é correr riscos e, infelizmente, não se tem garantias. Aliás, olhem a sua volta e vejam com mais discernimento: aqueles pais que superprotegem os filhos na verdade estão acentuando e dizendo ao mundo o quanto estes filhos são “incompetentes” para a vida. É doloroso... Mas é a pura verdade: superproteção pode significar enorme rejeição ou dificuldades em aceitar o outro como ele é.

Os superprotetores de plantão com certeza vão esbravejar: “Mas o mundo de hoje é duro... Veja quanta violência... Olhe os maldosos por aí... O que fazer com o perigo das drogas?”Calma,sou solidário a você, porém esta seleção absurda, e, às vezes, desleal sempre foi assim. O mundo bate na gente de frente e quem tiver mais sorte vai se dar bem nele. Sendo que sorte, aqui, significa a somatória das oportunidades mais a competências em aproveitá-las. Então saboreie suas crises e aprenda com seus problemas. Neste caso, faço uma sugestão, veja o mundo como um grande parque de diversões: há brinquedos emocionantes, outros chatos e repetitivos, brinquedos sem graça e quase parados, outros que nos dão coragem e aqueles que nos dão medo, há muitos perigosos e alguns não tão perigosos assim... Mas há brinquedos para todos.

Aqueles que forem “educados” para prestar atenção em todos eles, avaliar sempre os que gostariam de experimentar, permitir-se a experiência e o aprendizado com o erro, vai brincar mais. Com certeza será mais responsável e ao fim do dia de brincadeiras terá aproveitado muito melhor o parque. Acredite na autonomia do outro. Confie que ele possa resolver os brinquedos de outra maneira que não a sua.

2 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page